Chamo a vossa atenção para um Projecto-lei que o CDS leva amanhã à discussão no Parlamento. Pela 1ª vez, um partido põe o dedo na ferida sobre consequências perversas de certos aspectos das “Novas Oportunidades”.
Explico: um jovem do ensino regular, para aceder a universidade, tem que fazer, em regra, 4 exames (na maioria dos casos, dois no 11º ano e dois no 12º ano). Mas com as “Novas Oportunidades” outro jovem da mesma geração e em relação ao mesmo curso, pode ingressar na universidade, fazendo um único exame, no caso de a universidade lhe exigir esse único exame de admissão. É justo? Não é.
O problema adensa-se quando sabemos que o primeiro jovem, no ensino regular, tem de perfazer uma nota de entrada na universidade composta pelo resultado dos 4 exames mais o resultado da avaliação contínua. Em contraste, o segundo jovem, com as “Novas Oportunidades”, pode entrar na universidade não apenas com um exame apenas, mas dispensado do esforço que tem de ser feito para cumprir a avaliação contínua. É justo? Não é.
Tudo o que, no sistema de ensino, diminua a exigência ou dissolva o esforço, é uma ilusão para os jovens e as famílias, uma injustiça para os que aproveitam a sério o ensino e um desperdício de recursos do contribuinte (que são para investir na educação e não nas estatísticas).
O CDS propõe equidade no acesso a universidade. Uma coisa são novas oportunidades. Outra coisa são novas facilidades que se transformam em novas desigualdades.
By Paulo Portas
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